quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Arte È Expressão...


È na vida que o homem ama, sofre, se alegra ou se comove, na vida povoada de seres e de coisas e regida por ideias. Por isso a arte nasce ligada à totalidade da vida, é uma recriação da própria vida. Sociedade, ideologia, religião, moral, politica, tudo faz parte da experiência humana e tudo a arte exprime, de tudo a arte se nutre: do bem como do mal, do belo como do feio, do justo como do injusto, do verdadeiro como do falso, do real como do ilusório, do concreto como do ideal, da acção como do pensamento em que se debatem as ideias do bem, de mal, de belo, de feio, de justiça, de injustiça, de verdade, de erro, de realidade, de ilusão, de tudo o que é vida vivida no sofrimento e na alegria...
Não será lícito...atribuir à arte uma finalidade social, ideológica, religiosa, moral ou politica, apesar de as sociedades, as ideologias, as morais, as religiões e as politicas desempenharem um papel decisivo na sua motivação, havendo que substituir a noção ideal de finalismo pela noção prática de função.
Uma coisa são as intenções do artista, a finalidade que eventualmente se proponha (religião, politica, moral, etc), outra coisa é a expressão que medeia entre o artista e essa finalidade, ou seja, a arte. Ora é na medida em que a arte constitui para o artista um veículo expressivo que se pode dizer que ela exerce uma função. A função da arte é exprimir, e o artista ao exprimir-se exprime o mundo em que se inscreve e nele interfere, nele intervém.
Esse mundo, como vimos, não é porém unitário: o artista exprime a natureza humana enredada nos conflitos a que esta se encontra sujeita, conflitos que na obra de arte reaparecem entre o que a obra reflecte das condições/ambientes em que nasce e as virtualidades profundas do homem, atingidas através das circunstâncias que paradoxalmente o suscitam e contrariam...
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